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terça-feira, 26 de maio de 2015

Calendário de Reuniões - CSA




CALENDÁRIO DE REUNIÕES DA CÂMARA SETORIAL DO AUDIOVISUAL EM 2015

CÂMARA SETORIAL
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AUDIOVISUAL
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ADECE






Cresce o número de filmes que têm o Brasil como coprodutor

Só em Cannes três longas com participação do país chamaram a atenção, entre eles o mais controverso do festival

POR 

RIO — Basta olhar para o 68º Festival de Cannes, encerrado no domingo. O mais controverso filme do evento, “Love”, um épico erótico com cenas de sexo explícito em 3D, do argentino Gaspar Noé, é uma coprodução brasileira. “La tierra y la sombra”, dirigido pelo colombiano César Augusto Acevedo, que ganhou no domingo o troféu Caméra D’Or, destinado a realizadores estreantes, também. Assim como “Paulina”, do argentino Santiago Mitre, que levou o prêmio máximo da mostra paralela Semana da Crítica. A colaboração “foi um acerto”, resumiu, em nota, o coprodutor brasileiro do filme, o cineasta Walter Salles.


Na última década, a quantidade de filmes produzidos pelo Brasil em parceria com outros países não deixa dúvida de que a indústria cinematográfica verde e amarela está ampliando seu alcance. Em 2005, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) reconheceu a existência de apenas uma coprodução lançada comercialmente, “Diário de um Novo Mundo”, de Paulo Nascimento, feito em parceria com Portugal e Argentina. No ano seguinte, foram três. Em 2007, o dobro. Depois, o dobro de novo, chegando a uma dúzia de coproduções em que o Brasil aparece de forma majoritária, minoritária ou igualitária. Segundo os últimos dados da Ancine, o ano passado terminou com 14 filmes coproduzidos — uma leve queda em relação a 2013, quando houve o recorde de 21 coproduções. Ainda não há dados sobre 2015, mas, a julgar por Cannes, a fatia nacional em longas estrangeiros deve seguir forte.

‘O BRASIL NÃO PODIA TER SEU CINEMA ISOLADO’
Para profissionais do audiovisual, essa mudança no modelo de financiamento de filmes chega com atraso, mas é muito bem-vinda. Eles argumentam que as parcerias, comuns há anos mundo afora, viabilizam o financiamento de longas-metragens que em outras circunstâncias não teriam condições de sair do papel pela impossibilidade de um país bancar sozinho o orçamento. Mas também proporcionam a troca de experiências entre quem trabalha na área.
— Os argentinos nos ajudaram com pós-produção, trilha sonora, composição e mixagem — diz a produtora Walkíria Barbosa sobre a comédia “Divã a 2”, com Vanessa Giácomo e Rafael Infante, atualmente em cartaz. — Até o cabeleireiro era o mesmo que trabalhou em “O segredo dos seus olhos”. Profissionalmente, foi uma experiência excelente. O resto do mundo investe em coproduções há muito tempo. Nós entramos tarde nessa onda, mas o potencial é enorme e ainda vai crescer. Neste momento, aliás, estamos trabalhando com o México num remake de “Se eu fosse você”.
Mas, de acordo com Walkíria, é preciso aperfeiçoar os mecanismos que facilitam as parcerias:
— Ainda há um grande caminho a percorrer, especialmente em termos de desburocratização.
O governo diz que está fazendo sua parte. A Ancine anunciou para este ano um incentivo a coproduções sem precedentes na história do cinema brasileiro. São quatro editais binacionais que contemplam parcerias com Itália, Argentina, Portugal e Uruguai, além de uma linha do Programa Brasil de Todas as Telas, aberta na semana passada, que vai destinar R$ 5 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual para produções brasileiras com a América Latina. Ao todo, os pacotes beneficiam longas-metragens (entre ficções, documentários e animações) feitos em parceria com 22 países.
— Além de facilitar o financiamento e o intercâmbio de conhecimento, através do contato com novos métodos e talentos, a coprodução permite que o filme usufrua das condições que outros países têm de distribuí-lo em seus mercados, ampliando o seu alcance de exibição — diz o presidente da Ancine, Manoel Rangel, que atribui a nova política audiovisual à “percepção de que o Brasil não podia ter o seu cinema isolado do resto do mundo”. — Outro aspecto importante que até extrapola questões específicas do cinema é a possibilidade de o Brasil se aproximar dos países vizinhos, conhecer suas histórias e culturas.
Rangel destaca a importância de se coproduzir com países europeus, especialmente Portugal, a “porta para o continente a partir de uma língua em comum”. Mas justifica a formulação de um pacote de editais voltado especificamente para a América Latina:
— No Brasil, existe o hábito de se ridicularizar o Mercosul e achar linda a União Europeia, mas nosso país está profundamente associado à Argentina e ao Uruguai, por exemplo. Só temos a ganhar com ambos esses cinemas.
PRODUTORES JÁ PODEM CORRER RISCOS LÁ FORA
Segundo produtores, várias outras ações contribuíram para o desenvolvimento das coproduções. Eventos como o Rio Marketing, braço de negócios do Festival do Rio, e o programa Cinema do Brasil, que montou um espaço no último Festival de Cannes, trabalham há anos promovendo o encontro entre potenciais colaboradores internacionais. Mas os produtores são unânimes ao apontar o motivo crucial que resultou no atual panorama: o amadurecimento dos profissionais da área e o aquecimento do mercado após a Retomada, fatores que criaram a estrutura necessária para se lidar e colaborar com equipes estrangeiras.
— O Brasil conseguiu resolver a demanda de um mercado interno em ebulição, e chegamos a um patamar em que produtores e realizadores se arriscam no mercado internacional — avalia Fabiano Gullane, da produtora que leva seu sobrenome, responsável por seis coproduções de 2005 a 2014, incluindo “Amazônia”, do ano passado, tido como o filme franco- (o orçamento é estimado em R$ 26 milhões).
— Nós produzimos 30 filmes em 2002 — diz Manoel Rangel. — Em 2013, foram mais de 150. Na minha visão, isso significa que se tornou mais fácil produzir no Brasil e que apareceram mais produtores.
No domingo, ainda comemorando a notícia do prêmio para “La tierra y la sombra” em Cannes, a produtora Juliana Vicente, da companhia paulista Preta Portê, disse que seu trabalho no longa, embora compartilhado com a França, a Holanda e o Chile (além da Colômbia), foi o “coração do filme”. Juliana foi quem levou a preparadora de elenco Fátima Toledo para ajudar no projeto.
— A abertura do nosso mercado é extremamente necessária. As pessoas também querem ver mais o nosso cinema, que melhorou muito em questão de financiamento e fundos. O mundo voltou a olhar para nosso potencial como produtores — diz Juliana.

Fonte: oglobo.com

Inscrições abertas para o 12º Dia Internacional da Animação

25/05/2015 12:57

Exibido simultaneamente em mais de 240 cidades, o evento exibe curtas-metragens animados nacionais e internacionais para os mais diversos públicos

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As inscrições para o 12ª edição do Dia Internacional da Animação, celebrado no dia 28 de outubro, estão abertas até o dia 15 de junho. O evento, que visa difundir o cinema de animação e atrair novos públicos, é exibido simultaneamente em mais de 240 cidades do país e consiste na realização de uma sessão simultânea e gratuita de curtas-metragens de desenho animado nacionais e internacionais.

Além das exibições da mostra oficial, a programação do evento será composta por diversas atividades nos dias que antecedem O DIA, como mostras infantis, internacionais, direcionadas a deficientes auditivos e visuais. Além das exibições, haverá oficinas, debates, palestras e exposições.
Serão aceitos curtas-metragens e episódios de séries de animação de qualquer técnica que não tenham participado das edições anteriores do Dia Internacional da Animação. Não há limite quanto ao ano de produção.   

Interessados em participar devem realizar suas inscrições gratuitamente por meio do preenchimento de um formulário online e do envio do link do filme para o email abcadiafilmes@gmail.com com o assunto “DIA 2015 – Inscrição – Nome do Filme”.  Informações mais detalhadas constam noregulamento do evento.

Para mais informações acesse o site oficial do Dia Internacional da Animação

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Netflix na mira da Ancine: agência quer cota para produções nacionais

Há alguns anos, as operadoras e os canais por assinatura no Brasil têm tido que se adaptar às novas regras introduzidas pela Lei da TV Paga, reservando parte de sua programação de séries, filmes, animações e documentários para produções nacionais. Agora a regra pode chegar também aos serviços de vídeo on demand — em outras palavras, a Netflix, a HBO Go e a Fox Play, por exemplo.
Segundo informa o blog Outro Canal da Folha de São Paulo, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) deve, em breve, exigir que os serviços on demand respeitem regras similares a que estão submetidos os canais de televisão por assinatura no Brasil, quanto a disponibilizar um mínimo de produções nacionais.
A Ancine estaria estudando estabelecer novas regulamentações que garantam que 30% do conteúdo nesses serviços sejam dedicados a produções brasileiras e independentes.
No texto de apresentação da Lei da TV Paga, a Ancine defende que a ideia de obrigar um mínimo de exibição de conteúdo nacional é “valorizar a cultura brasileira e incentivar uma nova dinâmica para produção e circulação de conteúdos audiovisuais produzidos no Brasil, de modo que mais brasileiros tenham acesso a esses conteúdos”, criando “condições para a multiplicação de empreendimentos e a geração de riqueza interna, para que o Brasil se torne um grande pólo produtor de audiovisual.”
E você, o que acha dessa ideia? É um bom incentivo para a produção nacional, garantindo um espaço para que ela seja exibida, ou todo esse esforço pode terminar não produzindo o efeito desejado?

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Para onde vai o dinheiro da Ancine?

Precisamos discutir o fomento com recursos públicos ao setor audiovisual do Brasil. Valores giram em torno de R$ 1 bilhão por ano. Por Gustavo Gindre, no Intervozes

José Cruz / ABr
Festival
Abertura do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Por Gustavo Gindre*
O fomento ao audiovisual com recursos públicos conta com uma série de mecanismos municipais, estaduais e federais, dispersos e desprovidos de uma lógica sistêmica. Dentre esses mecanismos, de longe, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) administra os mais significativos.
Grosso modo, os mecanismos de fomento com recursos públicos, no âmbito da Ancine, podem ser divididos em dois tipos: renúncia fiscal e fomento direto.
Renúncia fiscal
A renúncia fiscal, por sua vez, abarca dois diferentes tipos de mecanismos de fomento. De um lado, os mecanismos de patrocínio, onde agentes econômicos não relacionados ao audiovisual aportam recursos públicos de imposto de renda para a produção de obras audiovisuais. Em troca, essas empresas recebem apenas a exposição de suas marcas como patrocinadoras.
De outro lado, os mecanismos de investimento, onde distribuidores de obras audiovisuais, radiodifusores e programadoras de TV paga aportam recursos públicos de impostos sobre remessas ao exterior para a produção de obras audiovisuais. Em troca, essas empresas se tornam coprodutoras destas obras.
Regulamentação infralegal, expedida pela Ancine, define quais os direitos de coprodutores, permitindo que essas empresas tenham direito a 49% da receita líquida, a exibição gratuita por cinco anos em seus canais (no caso de programadoras e radiodifusoras) e a distribuir a obra por cinco anos (no caso de programadoras e radiodifusoras) ou até 70 anos (no caso de distribuidores), entre vários outros direitos.
Na prática, isso significa que essas empresas utilizam recursos públicos para se tornarem coprodutoras de obras audiovisuais brasileiras ditas “independentes” e, com isso, adquirem grande parte da receita dessas obras e influenciam fortemente em aspectos de sua produção (como roteiro, figurino, trilha sonora, locações, elenco, diretor e corte final, por exemplo).
Provavelmente, o Brasil é o único país do mundo a usar esse estranho mecanismo de renúncia fiscal para a produção de obras audiovisuais. Em geral, a renúncia fiscal movimenta cerca de R$ 200 milhões por ano.
Fomento direto
A Ancine pratica pequenas modalidades de fomento direto, através do uso de seus próprios recursos, como o apoio à participação e/ou exibição em festivais internacionais, o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Programa de Incentivo à Qualidade (PAQ), mas é o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) que torna o fomento direto o principal instrumento de fomento ao audiovisual brasileiro.
Criado pela Lei 11.437/2006, o FSA recebe a imensa maioria de seus recursos da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). Inicialmente, havia dois tipos de Condecines, apelidadas de “Condecine Título” (taxa paga no registro de obras audiovisuais, brasileiras ou estrangeiras, que se destinem ao mercado brasileiro – exceto no caso da produção própria dos radiodifusores, que, por incrível que pareça, está isenta) e “Condecine remessa” (taxa paga na remessa de recursos ao exterior por agentes econômicos ligados ao audiovisual). Estas duas Condecines somadas movimentavam cerca de R$ 70 milhões por ano.
A nova Condecine
Mas, foi a Lei 12.485/2011 que mudou o cenário do FSA, prevendo uma nova Condecine, a ser paga por empresas de telecomunicações. Esta nova Condecine arrecadou, em 2013, pouco menos de R$ 1 bilhão. E o governo federal se comprometeu em repassar cerca de R$ 400 milhões para o FSA em 2014. Até 2013, a Ancine conseguia desembolsar apenas 17% dos recursos do FSA, com 83% retornando ao Tesouro.
Com a chegada desse novo montante, a Ancine tem sido pressionada para melhorar sua eficiência administrativa (conseguindo desembolsar o total dos recursos disponíveis) e para ampliar as linhas do FSA. Até 2013, o FSA praticamente emulava a renúncia fiscal, com fomento à produção de obras ditas “independentes”, em geral em parceria com distribuidores, radiodifusores e programadoras estrangeiras.
Ocorre que a lei permite gastar os recursos do FSA em praticamente qualquer coisa relacionada ao audiovisual, como infraestrutura, formação de mão de obra, canais comunitários, pequenos produtores, produção regional, etc, etc. As diretrizes do FSA são definidas pelo Conselho Superior de Cinema (CSC), organismos composto por representantes do Estado e da sociedade civil, mas fortemente hegemonizado pelos principais agentes do mercado, inclusive empresas estrangeiras.
Urge que a sociedade civil discuta uma nova política para o uso destes recursos que, no limite do superávit primário, podem chegar a R$ 1 bilhão por ano.
*Gustavo Gindre é integrante do Intervozes.

por Coletivo Intervozes — publicado 05/05/2014 16h34, última modificação 05/05/2014 18h24


Fonte: Carta Capital

terça-feira, 19 de maio de 2015

ANCINE abre edital inédito de apoio à produção com a América Latina

Agência fará investimentos no desenvolvimento e na produção de longas-metragens em parceria com 19 países latino-americanos

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Foi aberta hoje, 18 de maio, a Chamada Pública Prodecine 06/2015 - Coprodução América Latina, do Programa Brasil de Todas as Telas, que viabiliza o investimento de R$ 5 milhões em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, para produções brasileiras com países latino-americanos. Esta linha funcionará na modalidade de fluxo contínuo (com inscrições abertas enquanto houver disponibilidade de recursos) e investirá em projetos em que a produtora brasileira tenha participação minoritária.

Projetos de ficção e animação receberão apoio de até R$ 250 mil. Para documentários o apoio será de até R$ 175 mil. Poderão ser inscritos projetos em parceria com Argentina, Bolívia, Costa Rica, Colômbia, Chile, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. 

“Nosso objetivo é não só garantir que mais filmes desses países sejam exibidos no Brasil, mas também promover a presença do cinema brasileiro no mercado externo. Além do aumento da distribuição de filmes, as parcerias entre produtoras brasileiras e de outros países enriquecem o mercado, permitindo o intercâmbio profissional”, explica Manoel Rangel, diretor-presidente da ANCINE.  

Podem ser inscritos projetos que se encontrem em quaisquer das etapas de produção, desde que a obra não tenha sido concluída. O fundo se destina a projetos que possuam algum financiamento já garantido, seja através de concursos nos países majoritários de produção ou outros fundos internacionais. No entanto, é vedada a inscrição de projetos que estejam concorrendo ou que já tenham sido contratados em editais de coprodução binacional realizados pela ANCINE.

Os países latino-americanos estão classificados em grupos de acordo com suas características econômico-estruturais e o grau de desenvolvimento de sua indústria cinematográfica. Esses grupos determinam o teto de captação por proposta apresentada a depender do(s) país(es) coprodutor(es) do projeto. No Grupo 1: Bolívia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Porto Rico e República Dominicana têm direito a cota de 50% do montante (R$ 2,5 milhões). O Grupo 2 formado por Colômbia, Chile, Peru, Uruguai e Venezuela ficam sujeitos a uma cota de 25% (R$ 1,25 milhões) sobre o montante total. O mesmo valor se destina aos países do Grupo 3 (Argentina e México).

Os aportes serão feitos na modalidade de investimento, por meio da qual o FSA terá participação sobre as receitas comerciais do projeto.

Pacote de Ações de Incentivo

Prodecine 06/2015 - Coprodução América Latina faz parte do pacote de ações de incentivo à realização de coproduções internacionais que a ANCINE preparou para 2015, que conta também com quatro editais binacionais.  Ao todo a agência fará investimentos no desenvolvimento e na produção de longas-metragens feitos em parceria com 22 países.

O primeiro edital, em parceria com a Itália, foi lançado em março. Em sua terceira edição, o edital Brasil-Itália disponibiliza 160 mil euros para o apoio ao desenvolvimento de projetos de longa-metragem. O concurso beneficia seis projetos com potencial de coprodução entre os dois países, sendo três selecionados pela ANCINE e três pela Direzione Generale Per Il Cinema, da Itália. A ANCINE contempla dois projetos de roteiristas iniciantes, cada um a ser apoiado com 25 mil euros, e um projeto de roteirista não iniciante que fará jus a 30 mil euros. As inscrições encerraram-se em 4 de maio.

O edital Brasil-Argentina, em parceria com o INCAA (Instituto de Cine y Artes Audiovisuales), encerra hoje, 11 de maio, suas inscrições. Receberão apoio seis projetos com um total equivalente nas moedas locais a 1 milhão de dólares. Já pelo edital Brasil-Portugal, serão investidos 600 mil dólares em 4 projetos, em parceria entre a ANCINE e o ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual). As inscrições para este edital, que começaram em abril, vão até o dia 19 de maio.

Outros dois projetos de coprodução farão jus a um aporte total equivalente a 300 mil dólares por meio do edital Brasil-Uruguai, promovido simultaneamente pela ANCINE e pelo ICAU (Instituto de Cinema y Audiovisual). As inscrições para o edital Brasil_Uruguai terminam dia 26 de maio.

Sobre o Programa Brasil de Todas as Telas

Programa Brasil de Todas as Telas é a maior e mais importante iniciativa de fomento ao setor audiovisual já desenvolvida no país, com recursos da ordem de R$ 1,2 bilhão, oriundos do Fundo Setorial do Audiovisual. Uma das ações, no eixo que visa fomentar a produção e difusão de conteúdos, busca estimular o desenvolvimento regional da produção brasileira por meio de parcerias com governos municipais e estaduais. Este ano, até R$ 95 milhões serão investidos na produção de obras selecionadas por editais de entidades e órgãos públicos de governos estaduais e prefeituras de capitais.

Para mais informações, acesse a página do Programa Brasil de Todas as Telas.

Fonte: Ancine

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Edital de Cinema e Vídeo

Cineastas denunciam atrasos e falta de informação na Secult
18.05.2015

Sem receber, mais de sete meses após edital, cineastas temem não realizar projetos agendados para 2015

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Sede da Secretaria da Cultura. Artistas contemplados pedem mais transparência do órgão
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Ao se despedir do comando da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), no fim do ano passado, o ex-secretário Paulo Mamede comemorava o cumprimento da meta de ter lançado todos os editais da pasta, entre eles, o de Cinema e Vídeo, um dos mais aguardados. Após mais de sete meses de divulgação do resultado final, os pagamentos do edital orçado em R$ 7,66 milhões, - sendo R$ 4,45 milhões de responsabilidade da Secult e R$ 3,21 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), vinculado à Agencia Nacional de Cinema (Ancine) -, ainda não foram liberados para muitos dos projetos selecionados.
É o caso do longa-metragem "O último trago", da produtora Alumbramento Filmes. Orçado em R$881 mil, nenhuma parcela foi liberada para a empresa. Buscando cumprir o cronograma de atividades previsto no projeto inscrito, os realizadores resolveram custear as ações, como elaboração de roteiro e testes de elenco, com recursos próprios. "Já temos pessoas trabalhando no filme, ou seja, pessoas que estão sendo pagas e que reservaram suas agendas para estarem ali", detalha Carol Louise, sócia administradora da Alumbramento, que não esconde a preocupação. "Estamos meio desesperados, precisamos que esse dinheiro saia. Se não, as filmagens podem parar, o que é catastrófico para um longa-metragem, já que retomar o processo é muito mais caro", lamenta Carol.
De acordo com a produtora, a última informação recebida da Secult é de que o projeto estaria em um processo de cadastramento interno, para posterior publicação no Diário Oficial do Estado e, por fim, divulgação no Portal da Transparência. Todas as etapas devem demorar cerca de 25 dias para serem completadas, segundo informação repassadas à empresa pela Secult.
Apesar do esforços para seguir o plano de trabalho original, o cronograma do curta "Inferninho" (orçado em R$128 mil), outro projeto da Alumbramento aprovado no edital, já foi extrapolado de modo irreversível. "Eles nos dizem que podemos pedir a prorrogação de prazo, mas a questão não é tão simples assim. Temos uma equipe que segue uma agenda anual. No 'Inferninho', íamos trabalhar com um grupo de teatro, que em outros meses já tem turnês agendadas, o que tornaria as filmagens impraticáveis", explica Carol. Essa é a primeira vez que a Alumbramento vence como pessoa jurídica o processo de seleção da Secult, entretanto, os membros já passaram por casos parecido em outras edições do mesmo edital. "Parece que a cada início gestão tudo volta à estaca zero", desabafa Carol Louise.
Perdas
Problemas semelhantes foram encarados por Roger Pires com o projeto "Moeda Invisível", na edição de 2012 do edital, cujo resultado foi divulgado em 2013. "Assinamos o convênio em abril e aguardamos o próximo passo, que seria a liberação da verba", detalha o cineasta. "Os meses foram passando e nenhuma resposta. Decidimos seguir com outras atividades, afinal, não dá pra ficar esperando uma coisa que não sai".
Em meados do ano passado, o cineasta decidiu revisitar o projeto e saber como estava o processo na Secult. Iniciava-se o seu calvário. "Ficamos subindo e descendo escadas. Ninguém sabia onde estava a nossa papelada. Depois de horas, alguém no setor jurídico confessou: haviam perdido o projeto", fala Roger como se contasse uma anedota.
Em outubro, o cineasta buscou saber se tinha alguma novidade na busca de seus documentos, e havia: o projeto foi desabilitado. "Entrei em uma conversa surreal por telefone com um servidor quando perguntei por que isso tinha acontecido. Ele disse que eu não tinha feito nada do filme, mas eu não executei as etapas seguintes porque os recursos não foram liberados. O servidor retrucou falando que eu deveria ter rodado o filme mesmo sem ter recebido o dinheiro", conta o cineasta sem esconder o riso pelo absurdo da situação. "Depois disso, a secretaria não tem mais nenhuma credibilidade no processo", lamenta, destacando que esse foi o motivo para não inscrever novamente um projeto no edital.
Planos
Victor Furtado também encontra problemas na hora de receber a primeira parcela dos recursos para as atividades de formação do projeto "Cinema de Transgressão" (orçado em R$53 mil). "O meu projeto está na mesa do secretário apenas aguardando uma assinatura", se queixa. Para solucionar o problema, o cineasta atua em duas frentes: uma pessoal e outra coletiva. Membro do Fórum de Cinema, Victor tenta protocolar uma reunião com o secretário Guilherme Sampaio para se ter uma resposta oficial em relação ao prazo de pagamento do edital. "Já se passou cinco meses de 2015, isso é tempo suficiente para se solucionar algo que estava encaminhado desde a gestão passada", assevera.
Em relação às ações de formação, Victor afirma que irá aguardar uma resposta positiva da secretaria até o fim do mês, caso contrário, irá adiar a execução das ações para 2016. "O meu projeto envolve atividades de formação com Thiago Mendonça, um estudioso do movimento Boca do Lixo. Para que tudo dê certo, o meu cronograma precisa bater com a agenda dele", explica.
Victor estende suas críticas também ao projeto que ajudou a consagrar Camilo Santana como governador nas eleições de 2014. O então candidato reuniu artistas e gestores para a elaboração de um comitê que culminou, entre outras coisas, em uma das suas principais promessas de campanha: o repasse de 1,5% do orçamento do Estado para a Cultura até 2018. "Como em uma campanha inédita, em que o governado elenca a cultura como prioridade, se chega ao meio do ano e o edital da gestão passada ainda não foi pago e não se sabe se o de 2015 será lançado?", questiona.
Leonardo Bezerra
Repórter

Fonte: Diário do Nordeste