08.05.2015
Evento retorna ao Cine São Luiz, onde foi sediado entre 1995 e 2010, com programação diversificada de longas
No ano em que comemora 25 anos de realização, o Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema retorna ao Cine São Luiz, no Centro, com programação diversificada. O festival deste ano, que acontece entre os dias 18 e 24 de junho, homenageia o cineasta Cacá Diegues, que estará presente no evento. Para a mostra competitiva de longas-metragens, foram selecionados dez filmes produzidos em oito países, sendo que três deles são brasileiros.
Neste retorno para o Cine São Luiz - reinaugurado em dezembro passado, mas ainda sem programação - a direção do festival negocia com a Prefeitura de Fortaleza uma programação para ocupar a Praça do Ferreira, com shows, food truck e apresentações artísticas.
A ideia é, ainda, promover sessões exclusivas para as pessoas em situação de rua que habitam a região. "É um presente pra gente voltar ao Cine São Luiz. Estive no ano passado na inauguração e fiquei impressionado com o trabalho feito na gestão do ex-secretário Paulo Mamede. Tecnologicamente, teremos uma exibição de ponta. Nesse aspecto, o Cine São Luiz está como nunca esteve", declara o diretor do Cine Ceará, Wolney Oliveira. Ontem pela manhã, ele esteve reunido com o secretário da Cultura, Guilherme Sampaio, para tratar dos detalhes do retorno.
Programação
O Cine Ceará deste ano traz pelo menos três filmes brasileiros. "Que horas ela volta?", da paulista Anna Muylaert, já foi premiado nos festivais de Sundance e Berlim e tem, em junho, sua estreia nacional. Já os filmes "Real Beleza", de Jorge Furtado, e "Cordilheiras no Mar: a fúria do fogo bárbaro", de Geneton Morais Neto, têm pré-estreia internacional durante o Cine Ceará. Este último é um documentário sobre Glauber Rocha que não trata exatamente de cinema, mas das polêmicas e questões políticas do cineasta na época da ditadura militar.
Além disso, integram a programação os filmes "Cavalo Dinheiro", do português Pedro Costa - já exibido no CinePE; "Jauja", do argentino Lisandro Alonso; "Crumbs", do espanhol Miguel Llansó; "A Obra do Século", do cubano Carlos M. Quintela; "NN", do peruano Héctor Gálvez; "Loreak", dos espanhóis Jon Garaño e José Mari Goenaga e "O Clube", do chileno Pablo Larraín.
Para Wolney Oliveira, os longas deste ano compõem a "melhor seleção de todos os tempos" do Cine Ceará. Embora a questão do ineditismo e da competência técnica tenham sido primordiais na escolha, ele diz que a mostra competitiva foi pensada também para trazer um cardápio diversificado. "O público vai poder ver desde filmes inovadores na linguagem, como 'Crumbs' e 'Cavalo Dinheiro', como também vai ter acesso a documentários e filmes mais tradicionais, ainda que impactantes. É um cardápio variado", considera o diretor do festival.
Se no ano passado o festival fez uma mostra com foco no cinema argentino, a edição deste ano traz outra voltada ao cinema contemporâneo espanhol, com curadoria de Pablo Arellano, graduado pela Escola de Cinema de Cuba.
Na próxima semana, será informada a seleção de curtas. O evento continua gratuito, e as informações sobre a distribuição de ingressos serão divulgadas em breve.
Beatriz Jucá
Repórter
Repórter
Fonte: Diário do Nordeste
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