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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Spcine, Ceará Filmes e o audiovisual nacional

O audiovisual brasileiro vive um momento de reconquista do público, e de revolução na TV por assinatura a partir da Lei Federal nº 12.485/11
Alfredo  ManevyDiretor-presidente da Spcine  

São Paulo deu início a uma nova etapa no desenvolvimento de seu cinema e audiovisual. Com a inauguração e as primeiras ações da recém-criada Spcine (agência de apoio ao audiovisual paulista), iniciativa da Prefeitura de SP, com apoio das outras esferas de governo, o conteúdo audiovisual recebe finalmente o tratamento como atividade estratégica em uma das metrópoles culturais mais importantes do planeta.

Recentemente, a convite do Governo do Estado do Ceará, estive em Fortaleza para uma reunião com governo e setor audiovisual cearense, discutindo a oportuna criação da Ceará Filmes. Iniciativa decorrente de esforços de gerações do audiovisual cearense, e de outras iniciativas de excelência como o Centro Dragão do Mar e o Cine Ceará. O Brasilvive um momento propício para o audiovisual, que duplicou seu peso no PIB nos últimos 5 anos, chegando a significar um terço da indústria automobilística.

A iniciativa da Ceará Filmes faz completo sentido porque temos uma janela de oportunidade única no mercado interno e externo. Internamente, temos a demanda da TV, agora garantida por lei federal. Externamente, temos mercados enormes na América Latina, Europa, Árica e Ásia. A Spcine certamente será parceira da Ceará Filmes.

É preciso apoiar os talentos, a pluralidade, inovação e renovação de linguagem. Ao mesmo tempo fortalecer a distribuição e promoção do conteúdo audiovisual, o desenvolvimento de gêneros e nichos para ampliar o público e a qualidade da produção.

O audiovisual brasileiro vive um momento de reconquista do público, e de revolução na TV por assinatura a partir da Lei Federal nº 12.485/11. Para dar esse salto é necessário apoiar o desenvolvimento de dramaturgia, roteiro e direção para cinema e séries; é preciso reduzir custos e tempos da produção; ampliar a mão-de-obra técnica, em funções executivas e criativas.

É fundamental o apoio às novas formas de distribuição digitais, assim como retomar os cinemas de rua, como fez a Prefeitura de SP com o Cine Caixa Belas Artes. É preciso um circuito novo e acessível de salas, na periferia e no interior do Estado para garantir a diversidade. Fortalecer a Film Commission, agilizando a liberação de filmagens.

Queremos que este primeiro ano da Spcine possa servir de apoio para o desenho de uma política audiovisual cearense. Seria possível criarmos uma agenda de co-produção e distribuição de filmes entre São Paulo e o Ceará? Acredito que sim.

Universalizar o acesso à cultura, fomentar a produção do centro e da periferia, repercutir na cartografia sociocultural do planeta. A Spcine e a Ceará Filmes chegam no momento

Fonte: Jornal O Povo

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