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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Setor audiovisual tem crescimento mais acelerado do que o conjunto da economia brasileira


Estudo da Agência Nacional do Cinema – ANCINE revela que o setor cresceu 65,8% em apenas sete anos
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A Agência Nacional de Cinema – ANCINE divulgou o Estudo sobre Valor Adicionado pelo Setor Audiovisual Brasileiroque comprova o vigor do crescimento do setor nos últimos anos. Entre os anos de 2007 e 2013 o valor adicionado pelo audiovisual teve um aumento real de 65,8%, o que equivale a uma expansão contínua de 8,8% ao ano, variação significativamente superior ao crescimento médio do valor adicionado pelo conjunto de todos os setores da economia brasileira.

O estudo foi apresentado pela diretora da Agência, Rosana Alcântara, durante palestra no Telas Fórum, congresso sobre o mercado de conteúdos audiovisuais, em São Paulo. “Em 2013, as atividades econômicas do setor audiovisual foram diretamente responsáveis por uma geração de renda de R$ 22,2 bilhões na economia. Em 2007, este valor era de apenas R$ 8,7 bilhões correntes”, explicou a diretora.

Por conta do seu crescimento acelerado, a contribuição do setor, que em 2007 representava 0,38% do valor adicionado total da economia, passou a representar 0,54% em 2013. “A participação do setor na economia está à frente, por exemplo, das indústrias têxtil e farmacêutica e da produção de produtos eletrônicos e de informática. O peso relativo do audiovisual na economia do País é cada vez maior e precisa ser levado em consideração”, avalia o diretor-presidente da ANCINE, Manoel Rangel.

Em relação à participação de cada segmento dentro do setor audiovisual, o estudo revela que a principal mudança se deu entre os segmentos de TV aberta e de TV fechada (programadoras e operadoras de TV por assinatura). Enquanto o primeiro teve queda na participação de 19,5 pontos percentuais no período de 2007 a 2013, o segundo cresceu 19,4 pontos percentuais.

O aumento no segmento da TV fechada se deu tanto entre as operadoras quanto entre as programadoras. A participação das operadoras, que era de 24,3% em 2007, passou para 37,5% em 2013. Já a atividade das programadoras teve participação de 12,2% na renda do setor audiovisual em 2013. Em 2007, esse valor era de apenas 6%.

Outro expressivo aumento foi na atividade de exibição cinematográfica, que praticamente dobrou sua participação, passando a representar 3% do total do valor adicionado do setor, em contraste com os 1,6% registrados em 2007.

Elaborado pela Secretaria Executiva da ANCINE, a pesquisa se baseou em dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  “Passaremos a atualizar anualmente os números do valor adicionado do audiovisual.Conseguiremos, dessa forma, visualizar o impacto do setor na economia e acompanhar seu desempenho”, explica Rosana Alcântara.

O estudo considerou como integrantes do setor audiovisual onze atividades econômicas classificadas segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE versão 2.0:

Atividades de produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.11-1;
Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.12-0;
Distribuição cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão – 59.13-8;
Atividades de exibição cinematográfica – 59.14-6;
Atividades de televisão aberta – 60.21-7;
Programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura – 60.22-5;
Operadoras de televisão por assinatura por cabo – 61.41-8;
Operadoras de televisão por assinatura por micro-ondas – 61.42-6;
Operadoras de televisão por assinatura por satélite – 61.43-4;
Aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares – 77.22-5;
Comércio varejista de discos, CD’s, DVDs e fitas – 47.62-8.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula sistematicamente o Valor Adicionado dos diversos setores que integram a economia do país por meio de pesquisas setoriais — Pesquisa Anual de Serviços (PAS), Pesquisa Anual de Comércio (PAC) e Pesquisa Industrial Anual (PIA) — e por meio do Sistema de Contas Nacionais. O universo dos dados utilizados nas pesquisas refere-se a empresas com 20 ou mais pessoas empregadas.

O valor adicionado mede a relevância econômica do setor, e o seu acompanhamento permite a realização de análises sobre a sua evolução ao longo do tempo, assim como comparações com outros setores e com outros países.  O Produto Interno Bruto (PIB) a preços básicos corresponde ao somatório dos valores adicionados pelas diversas atividades econômicas realizadas em território nacional.

Fonte: Ancine

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dinheiro para cultura é muito concentrado, diz secretário do MinC

LUIZA FRANCO


(Minstério da Cultura), Carlos Paiva, acha que o financiamento da cultura no Brasil está excessivamente concentrado nas cidades do Rio e São Paulo.
Além disso, diz Paiva, a Lei Rouanet, principal ferramenta de fomento hoje, foi mal-sucedida em fazer as empresas investirem —conseguiu apenas que elas investissem via incentivo fiscal.
Paiva participou, na manhã desta quarta (11), da DMX (Digital Music Experience), primeira conferência sobre música digital do país, que acontece no Rio.
Janine Moraes/Divulgação
O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC (Minstério da Cultura), Carlos Paiva
O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC (Minstério da Cultura), Carlos Paiva
Segundo ele, em 2014, 95% do investimento foi via incentivo fiscal e 5%, dinheiro próprio das empresas.
"O último ano em que a lei alavancou recursos brutos foi 1997 —R$139 milhões", afirmou.
Para ele, o modelo atual tem sucesso, pois viabiliza projetos que requerem grande volume de recursos, mas concentra excessivamente os recursos em poucas regiões.
"Tudo o que as regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Nordeste arrecadaram em toda a história da lei, desde 1991, equivale quase ao que a região Sudeste arrecadou em 2014", afirmou. 

Fonte: Folha de São Paulo

Adece institui Câmara Setorial Automotiva


Qui, 12 de Novembro de 2015 11:37
RTS1555O presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Ferruccio Feitosa, lançou, na tarde desta quarta-feira (11), a Câmara Setorial da Cadeia Automotiva  (CS Automotiva). O órgão consultivo nasce com a finalidade de propor, apoiar e acompanhar projetos e ações visando o desenvolvimento sustentável do setor automotivo do Ceará.

"Tendo conhecimento da grandeza do setor em questão para a economia do Estado, que representa 5,7% do PIB nacional e emprega mais de 400 mil pessoas em todo o País, criamos a câmara. O setor automotivo exerce um importante papel no desenvolvimento do Estado do Ceará, por isso enxergamos a necessidade da criação da CSRTS1621Automotiva. As câmaras setoriais têm um papel relevante, pois representam a possibilidade de diálogo direto entre o setor, governantes e órgãos", destacou Ferruccio.

No primeiro encontro, realizado no auditório da Adece, os presentes elegeram um trio de representantes para dar início às ações da câmara. Cristiano Antero Mendonça, representante do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindivel), foi eleito o presidente. Como primeiro e segundo secretários foram escolhidos Fernando Pontes, da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), e Ranieri Palmeira Leitão, do Sistema Sincopeças/Assopeças.

"Acreditamos que a CS Automotiva dará muitos bons frutos. A criação dela representa um marco para o segmento automotivo. Não tínhamos acesso a inúmeros órgãos e essa união veio para somar. Teremos muito trabalho pela frente, mas vamos interagir e procurar a melhor maneira de resolver os gargalos e desafios propondo ações para o desenvolvimento do setor, que é tão importante para a economia do Estado", concluiu Cristiano.

A câmara foi inicialmente formada por 12 representantes das entidades privadas envolvidas com o setor, das organizações não governamentais e órgãos públicos e privados relacionados com a cadeia produtiva em pauta. São elas: Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece); Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece); Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC); Câmara Municipal de Fortaleza; Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE); Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio); Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-CE); Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Ceará Sindivel (Sindivel-CE); Secretária Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma); Sistema Sincopeças-Ce/Assopeças-CE; e Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.


Câmaras Setoriais

Um total de 24 câmaras estão em funcionamento atualmente no Ceará, sendo 22 Setoriais, com 10 voltadas para o setor do agronegócio, e 2 temáticas. No dia 20 de outubro a Adece instaurou a Câmara Temática de Comércio Exterior e Investimentos Estrangeiros (CT Exporta Ceará), composta por 26 entidades.


Fotos: Thiago Stille / Casa Civil




12.11.2015


Ana Beatriz Sugette
Assessora de Imprensa - Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece)
Telefone: (85) 3457-3330 / 98878-2018
www.adece.ce.gov.br
Twitter: twitter.com/adececeara
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Ciro Câmara
Gestor de Célula / Secretarias


Coordenadoria de Imprensa do Governo do Estado
Casa Civil
comunicacao@casacivil.ce.gov.br     / (85) 3466.4898

Fonte: ADECE

Programa Brasil de Todas as Telas lança chamada pública de investimento em longas-metragens

11/11/2015 10:53

PRODECINE 01/2015 investirá R$ 40 milhões em produções independentes de ficção, animação e documentário

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A ANCINE e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)anunciam a publicação da Chamada PúblicaPRODECINE 01/2015 do Programa Brasil deTodas as Telas – Ano 2. O edital oferece recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para o aporte na produção de longas-metragens brasileiros independentes de ficção, animação ou documentário com destinação inicial para as salas de exibição. O prazo de inscrições se inicia nesta quinta,  12 de novembro, e vai até o dia 28 de dezembro.

Nesta nova edição da chamada pública, o valor disponibilizado aumentou de R$ 30 milhões para R$ 40 milhões, prevendo a destinação de, no mínimo, 30% (trinta por cento) dos recursos disponíveis para projetos audiovisuais de produtoras independentes localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e, no mínimo, 10% (dez por cento) para projetos audiovisuais de produtoras independentes localizadas na região Sul ou nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, de forma a atender o comando legal de regionalização dos investimentos.

Desde a sua primeira edição, em 2008, a Chamada Pública PRODECINE 01 já beneficiou um total de 190 longas-metragens, dos mais diversos gêneros. Entre os filmes produzidos com apoio do FSA estão “Faroeste Caboclo”, de René Sampaio; “Linda de Morrer”, de Cris D’Amato; “Serra Pelada", de Heitor Dhalia; “Tatuagem”, de Hilton Lacerda; “O menino e o mundo”, premiada animação de Alê Abreu; “Hoje eu quero voltar sozinho”, de Daniel Ribeiro, e o drama inédito e já premiado “Nise da Silveira – O coração da loucura”, de Roberto Berliner.

Os interessados devem preencher e finalizar a inscrição eletrônica disponível no site do BRDE e apresentar os documentos previstos no Anexo I da Chamada Pública. O prazo para a finalização do formulário eletrônico no sistema se encerra às 18h do dia 28 de dezembro. Clique aqui e acesse aChamada Pública PRODECINE 01/2015. É recomendada ainda a leitura do Regulamento Geral do PRODAV.

Saiba mais sobre o Programa Brasil de Todas as Telas

Programa Brasil de Todas as Telas, lançado em julho de 2014, pela presidenta Dilma Rousseff, foi moldado para atuar na expansão do mercado e na universalização do acesso às obras audiovisuais brasileiras. O Programa, uma ampla ação governamental que visa transformar o País em um centro relevante de produção e programação de conteúdos audiovisuais, foi formulado pela ANCINE em parceria com o MinC, e com a colaboração do setor audiovisual por meio de seus representantes no Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual - FSA

O resultado do primeiro ano do Programa superou as metas estabelecidas. Foram 306 longas- metragens e 433 séries ou telefilmes apoiados. A aposta no investimento em desenvolvimento de projetos também foi bem sucedida, rendendo a estruturação de 55 núcleos criativos em todas as regiões do país, e projetando o desenvolvimento de 620 projetos. 

Programa Brasil de Todas as Telas – Ano 2 foi lançado no dia 1º de outubro, no Rio de Janeiro, em cerimônia com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, garantindo a continuidade de uma política pública vigorosa para o audiovisual brasileiro.

Fonte: Ancine

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Vento a favor na Terra do Sol

Vivemos um momento de muitas oportunidades no audiovisual brasileiro, e em especial no Nordeste
Marcelo Ikeda - Professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC) e presidente da Câmara Setorial do Audiovisual (CSA/Adece

Apesar da crise, o setor audiovisual permanece crescendo a uma taxa média de 9% ao ano, e já representa 0,5% do PIB nacional, com faturamento anual acima de R$ 20 bilhões. As transformações tecnológicas da virada do século estimularam ainda mais o setor, criando novos modelos de negócios. A Região Nordeste é a que mais cresce em todo o país e, no audiovisual, mais de 50% nos últimos cinco anos.

Vivemos um momento de muitas oportunidades no audiovisualbrasileiro, e em especial no Nordeste. Nos últimos anos, o Ceará tem produzido filmes de destaque. Os três de maior bilheteria nos últimos 20 anos produzidos no Nordeste são cearenses: Cine Holliúdy, Bezerra de Menezes e As mães de Chico. Outros filmes têm participado de importantes festivais nacionais e internacionais, como O grão, Os últimos cangaceiros, Com os punhos cerrados. Seja nos resultados comerciais seja nos artísticos, o cinema cearense atravessa um dos mais pujantes momentos de sua história.

A Agência Nacional do Cinema (Ancine), por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), tem oferecido novas oportunidades de financiamento à produção nacional. A Lei 12.485/11 inseriu a obrigatoriedade de veiculação de produção independente brasileira nos canais da TV por assinatura. Temos, então, uma nova demanda por conteúdo brasileiro, e os recursos do FSA, de R$ 600 milhões/ano, para o financiamento dessa produção. As produtoras cearenses buscam se inserir no cenário da produção nacional, capacitando-se aos recursos do FSA, ainda concentrados no eixo Rio-São Paulo.

Para tanto, é fundamental o investimento do Governo do Estado do Ceará, em especial a Secretaria de Cultura. Vivemos um momento deesperança, quando o Governador Camilo Santana anunciou que a cultura seria um dos setores estratégicos de seu de governo. A Ancine vem estimulando as parcerias com os governos estaduais, complementando recursos, mas, para isso, é preciso que o Governo do Estado entenda o setor audiovisual como estratégico.

O Programa Especial de Fomento (PEF) prevê a criação de um fundo de R$ 10,8 milhões baseado em renúncia fiscal federal. Quatro canais de televisão - NordesTV, Jangadeiro, TV Ceará e TV O POVO - firmaram compromisso de exibir as obras cearenses produzidas pelo PEF. A criação de um órgão central - a Ceará Filmes - aos moldes de experiências de outros estados, como a RioFilme e a SpCine, teria condições operacionais de levar à frente um planejamento estratégico de médio e longo prazo, elaborado em conjunto pelo setor e pelo governo.

São medidas que podem levar o audiovisual cearense a outro patamar, seja como potencial simbólico seja como agente de desenvolvimento econômico. Na Terra do Sol, os ventos parecem soprar a favor.
Fonte: Jornal O Povo
24/10/2015

Cinema cearense: o futuro é agora


No século XI, o cinema cearense, mesmo com escassos apoios de políticas públicas estaduais, conquistou espaço significativo no cenário nacionalRosemberg Cariry - Ex- presidente da Associação de Produtores e Cineastas do Norte/Nordeste – APCNN
Em 1908, em Fortaleza, Victor di Maio abre as portas do seu Cinematographo Art-Nouveau. Daí por diante teríamos uma trajetória cheia de heroísmos, tragédias e vitórias, que passa por Adhemar Albuquerque – Aba Film, pelo sírio-libanês Benjamin Abrahão (do documentário Lampião, de 1936), pela experiência de Orson Welles em praias cearenses (anos 1940), até chegar ao nosso criativo e inquieto cinema contemporâneo. No início da década de 1980, no Crato e em Fortaleza, surgem jovens cineastas que fundariam o moderno cinema cearense. As associações – Associne e a ABD-CE desempenharam importantes papéis na conquista depolíticas públicas, feita passo a passo, em projetos e ações que vão desde a Casa Amarela (Eusélio/Wolney Oliveira), passando pelo Complexo Industrial de Produções Cinematográficas e Audiovisuais do Nordeste (gestão Violeta Arraes) até chegar ao Instituto Dragão do Mar e ao Porto Iracema (gestão Paulo Linhares), surgindo também várias empresas produtoras de audiovisuais.

No século XXI, o cinema cearense, mesmo com escassos apoios de políticas públicas estaduais, conquistou espaço significativo no cenário nacional e fez do Ceará um dos mais importantes polos de produção do Nordeste. A vanguarda do cinema brasileiro hoje passa obrigatoriamente pelo Ceará. O cinema aqui realizado conseguiu romper os muros da província e alçar voos largos, em salas, festivais e mostras do Brasil e do exterior. Um sucesso. Mas precisamos crescer ainda mais, atraindo para o Ceará os recursos destinados por lei, pela Ancine, para a região Nordeste. Para termos um projeto amplo e integrado ao processo de crescimento econômico, precisamos de uma Agência de Desenvolvimento Audiovisual e de Convergências Digitais, ou mesmo da Ceará Filmes, inspirada no modelo da SP Cine, com uma estrutura leve, mas capaz de atrair os recursos necessários ao novo patamar conquistado por nossas produções.

O nosso cinema, diante de uma política estadual ainda tímida, tem trabalhado mais com recursos federais, dinheiro que gera empregos e rendas, desenvolvendo bens materiais e imateriais no Ceará. Muitos mais recursos federais e mesmo internacionais podem ser atraídos, ajudando na consolidação de uma indústria audiovisual no nosso Estado. E aonde chegar um filme cearense chegará também a nossa paisagem, a nossa produção material, o nosso povo, a nossa cultura e os nossos sonhos. O Governador Camilo Santana compreendeu esse novo paradigma da hipermodernidade e parece disposto a transformar o Ceará em um dos mais importantes centros de produção audiovisual e de convergência digital do Nordeste. O futuro é agora.

Fonte: Jornal O Povo

Spcine, Ceará Filmes e o audiovisual nacional

O audiovisual brasileiro vive um momento de reconquista do público, e de revolução na TV por assinatura a partir da Lei Federal nº 12.485/11
Alfredo  ManevyDiretor-presidente da Spcine  

São Paulo deu início a uma nova etapa no desenvolvimento de seu cinema e audiovisual. Com a inauguração e as primeiras ações da recém-criada Spcine (agência de apoio ao audiovisual paulista), iniciativa da Prefeitura de SP, com apoio das outras esferas de governo, o conteúdo audiovisual recebe finalmente o tratamento como atividade estratégica em uma das metrópoles culturais mais importantes do planeta.

Recentemente, a convite do Governo do Estado do Ceará, estive em Fortaleza para uma reunião com governo e setor audiovisual cearense, discutindo a oportuna criação da Ceará Filmes. Iniciativa decorrente de esforços de gerações do audiovisual cearense, e de outras iniciativas de excelência como o Centro Dragão do Mar e o Cine Ceará. O Brasilvive um momento propício para o audiovisual, que duplicou seu peso no PIB nos últimos 5 anos, chegando a significar um terço da indústria automobilística.

A iniciativa da Ceará Filmes faz completo sentido porque temos uma janela de oportunidade única no mercado interno e externo. Internamente, temos a demanda da TV, agora garantida por lei federal. Externamente, temos mercados enormes na América Latina, Europa, Árica e Ásia. A Spcine certamente será parceira da Ceará Filmes.

É preciso apoiar os talentos, a pluralidade, inovação e renovação de linguagem. Ao mesmo tempo fortalecer a distribuição e promoção do conteúdo audiovisual, o desenvolvimento de gêneros e nichos para ampliar o público e a qualidade da produção.

O audiovisual brasileiro vive um momento de reconquista do público, e de revolução na TV por assinatura a partir da Lei Federal nº 12.485/11. Para dar esse salto é necessário apoiar o desenvolvimento de dramaturgia, roteiro e direção para cinema e séries; é preciso reduzir custos e tempos da produção; ampliar a mão-de-obra técnica, em funções executivas e criativas.

É fundamental o apoio às novas formas de distribuição digitais, assim como retomar os cinemas de rua, como fez a Prefeitura de SP com o Cine Caixa Belas Artes. É preciso um circuito novo e acessível de salas, na periferia e no interior do Estado para garantir a diversidade. Fortalecer a Film Commission, agilizando a liberação de filmagens.

Queremos que este primeiro ano da Spcine possa servir de apoio para o desenho de uma política audiovisual cearense. Seria possível criarmos uma agenda de co-produção e distribuição de filmes entre São Paulo e o Ceará? Acredito que sim.

Universalizar o acesso à cultura, fomentar a produção do centro e da periferia, repercutir na cartografia sociocultural do planeta. A Spcine e a Ceará Filmes chegam no momento

Fonte: Jornal O Povo

domingo, 25 de outubro de 2015

Investimento na área diminuiu na gestão Roberto Cláudio

Desde 2013, primeiro ano de gestão de RC, o orçamento de cultura em Fortaleza vem diminuindo a cada ano. Em 2015, quando houve aumento de verba prevista, mais de 50% do dinheiro disponível ainda não foi utilizado
MAURI MELO
Manifestantes ocuparam a sede da Secretaria de Cultura para protestar contra o baixo valor destinado para o Edital das Artes



Os investimentos na cultura em Fortaleza vêm diminuindo desde 2013, início da gestão de Roberto Cláudio (PDT). Diferentemente do que tem ocorrido com o orçamento total da Prefeitura, descrito na Lei Orçamentária Anual (LOA), maior desde o primeiro ano do mandato de RC, a queda nos repasses destinados ao setor é verificada tanto no orçamento previsto quanto no efetivamente executado.

Levantados pelo líder da oposição na Câmara dos Vereadores, Ronivaldo Maia (PT), as informações estão disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura de Fortaleza.

O ano de 2014 foi o único em que houve aumento do dinheiro investido na área em relação ao ano anterior, mas. Em 2013, foram previstos mais de R$ 90 milhões para atividades culturais na Capital, dos quais R$ 36 milhões foram usados. 

No ano passado, o gasto previsto caiu para R$ 57 milhões - desse montante, R$ 44 milhões foram utilizados.

O ano em que o gasto com cultura em Fortaleza deve ser menor é 2015. Faltando dois meses para o fim, dos cerca de R$ 57 milhões disponíveis para a área, 

R$ 22 milhões foram destinados a projetos. Em relação ao mesmo período do ano passado, há queda de 30% quanto ao valor executado. Em 2015, porém, houve aumento da verba destinada à cultura, embora de menos de meio porcento. 


Comparando-se os penúltimos anos das gestões de RC (2015) e de Luizianne Lins (2011), houve queda de aproximadamente 26% no valor do orçamento voltado à cultura. Em relação ao valor realmente executado até outubro daquele ano, a queda é de cerca de 17%. 

Oposição
De acordo com Ronivaldo Maia, essa redução não pode ser justificada pela crise financeira por que passam os municípios brasileiros, mas por “falta de prioridade do governo”. Para o opositor, investir em cultura em Fortaleza é importante para “valorizar os talentos da terra” e até mesmo o turismo local.

Outro lado
Os valores informados sobre o orçamento destinado à cultura nos últimos anos não dizem respeito somente à Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secult), mas a várias pastas que promovem atividades culturais.

Inácio Carvalho, assessor de planejamento da Secultfor, disse poder se pronunciar somente sobre o orçamento de sua pasta. Ele argumentou que “há uma crise” econômica e que “a Prefeitura passou a ter uma diminuição de acordo com a realidade”.

De acordo com dados repassados pela secretaria, houve aumento de cerca de 8% no orçamento da pasta no primeiro ano do mandato de Roberto Cláudio, mas em 2014 e 2015 o número de fato caiu. Neste ano, ainda conforme a Secultfor, o orçamento da pasta é de aproximadamente R$ 26 milhões.

Procurada, a Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão de Fortaleza (Sepog), responsável pela elaboração da LOA, não quis se pronunciar sobre o dinheiro voltado para a cultura nem sobre a execução das verbas.

O POVO também entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

Fonte: Jornal O Povo